Não é fácil reaprender. Os hábitos adquiridos ao longo de uma vida entranham-se de tal forma que desenraizá-los requer esforço e coragem inauditos.
Do acidente, resultou que Amy teve que ser amputada da parte inferior da perna esquerda, sendo-lhe aplicada uma prótese.
"A primeira coisa que me perguntaram quando entrei (na clínica onde procurava a prótese ideal) foi: quais são os seus objetivos? O que petende fazer? Eu disse: Quero correr 100 milhas. Eles olharam para mim como se eu fosse uma louca".
Louca ou não, o facto é que Amy Palmiero-Winters, sem parte de uma perna, divorciada e com dois filhos para cuidar, tem, desde então, recheado o seu currículo com feitos invejáveis e de fazer corar a maioria dos atletas "perfeitos".
A sua prótese permitiu-lhe correr 210 km (!) em 24 horas e melhorar o seu recorde pessoal na Maratona, que se cifrava em 03h16'.18'' (antaes do acidente), passando a ser de 03h04'.16'' (com a prótese).
Também Amy se viu a braços com a polémica que Pistorius enfrentou; que a prótese lhe daria vantagem, por ser mais leve que uma perna. Os cientistas demonstraram, contudo, o contrário. A prótese tem um desempenho cerca de duas vezes e meia inferior ao desempenho de um pé de verdade, com tornozelo e mobilidade que a fibra de carbono não possui.
Para Amy, a filosofia de pensamento tem sido: "Eu não perdi a vida, só perdi a perna"!
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