segunda-feira, agosto 20, 2012

Samia Yusuf , Hiroina sem ...pódio


Samia disputou os 200m rasos em Pequim. Foto: Getty ImagesA velocista somali Samia Yusuf Omar, que comoveu o mundo quando disputou os 200m  nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, morreu em uma balsa improvisada quando tentava atravessar o mar Mediterrâneo em direcção à Itália.A triste história ganhou destaque na imprensa italiana nesta segunda-feira graças à revelação feita pelo meio-fundista Abdi Bile, compatriota de Samia e medalhista de ouro nos 1.500m no Mundial de Atletismo de Roma, em 1987.De acordo com ele e outros atletas do país africano, a jovem de 21 anos embarcou em uma balsa na Líbia rumo à Itália em busca de uma nova vida e melhores condições de trino . Samia morreu durante a travessia, que teria acontecido em abril, mas as circunstâncias não foram esclarecidas.Em 2008, Samia, então com 17 anos, comoveu o público no estádio Olímpico de Pequim ao cruzar sozinha a linha de chegada com 10 segundos de atraso em relação à penúltima colocada de sua prova, eternizando o momento como um dos mais marcantes daquela edição dos Jogos Olímpicos."Foi uma experiência belíssima, levei a bandeira do meu país, desfilei com milhares de atletas do mundo", afirmou Samia em Mogadíscio, há quatro anos, logo após voltar de Pequim para seu país natal.A velocista, apesar de todas as dificuldades, continuou treinando nas estruturas precárias do estádio olímpico da capital somali para poder voltar a participar dos Jogos Olímpicos.O treinador de Sami, Mustafa Abdelaziz, confirmou ao jornal italiano Corriere della Sera que a atleta embarcou em um barco clandestino para tentar chegar à Itália e continuar sua carreira desportiva."Sua mãe vendeu um pequeno terreno para financiar sua viagem para que ela pudesse completar seu sonho e levar uma vida longe das guerras e da pobreza", explicou Abdelaziz."Os sobreviventes dessa viagem informaram a lista das pessoas que tinham morrido durante a travessia, e lá estava seu nome. Nós ficamos gelados. Sabíamos que a viagem era perigosa, mas não podíamos imaginar que ela seria uma das vítimas", acrescentou Abdelaziz.Samia nasceu em 1991. Era a mais velha de seis irmãos e filha de uma vendedora de frutas. Seu pai morreu em um dos muitos conflitos que, há anos, assolam o país. O amor da jovem pelo desporto   levou a praticar não só atletismo, mas também natação e basquetebol.A jovem sofreu com o preconceito de alguns sectores da sociedade somali que não concordavam com a participação de mulheres muçulmanas em competições desportivas. Texto publicado emhttp://esportes.terra.com.brMais um exemplo das disparidades que existem na nossa sociedade e que pelo andar da carruagem tendem a aumentar.

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